Este é, provavelmente, a frase feita mais
corriqueira no mundo das mulheres: fazemos tudo o que um homem faz, mas em
saltos altos. Em boa verdade, nós fazemos tudo o que um homem faz e mais uma
centena de coisas e sempre, mas sempre, em cima do salto. Pode variar o
tamanho, o tipo, o material, mas sempre de salto. Mais, asseguro-vos que defino
todo o meu outfit em função do sapato, e o sapato em função do n.º de km que
sei que irei percorrer nesse dia. Ex.: Vou ficar sentada à secretária o dia
todo? Posso ir de 10cm mais alta. Vou percorrer gabinetes durante o horário de
expediente, dar um pulinho à loja do cidadão à hora de almoço, passar pelo
hipermercado ao final da tarde e ainda ir à casa dos pais à noite? 5cm
compensados e, muito provavelmente, havaianas no carro para o regresso a casa.
Pior é quando nos baralham as voltas e, com
isso, obrigam-nos a trocar de calçado. Como mulher prevenida que sou,
asseguro-vos que o meu porta-bagagens parece uma sapateira- há lá sapatos
tamanhos 37/38 para todas as ocasiões. E a ideia nem é original.
Já os homens que eu conheço, se o sapato
apertar nos dedinhos, se a costura do ténis vincar a unha, se a meia descair um
milímetro, é um “aí que o mundo acaba e eu não dou nem mais um passo que não
posso!”. Seriously?!
Juro que é verdade que já vi um homem, em
plena descida no Bairro Alto, a chegar-se à parede - não fosse o pé escorregar-lhe
e não ter onde se agarrar. E nós, Mulheres, em cima dos nossos sapatos lindos
de morte (lindos pela estética, de morte pelas dores que nos proporcionam)
mantemos o nosso sorriso sereno de que não custa nada (e aqui nem estou a
mentir muito pois como qualquer mulher sabe, a partir das primeiras horas de
dor acutilante, a dormência do pé é um oásis a que se chegará tão depressa
quanto maior o aperto do pé, preferencialmente em tirinhas fininhas bem
marcantes). E quando me virem a correr de saltos, não é que não custe…quero é
chegar depressa ao destino para me descalçar.
*Esta afirmação não pretende representar a
generalidade dos homens do mundo… somente todos aqueles com que me cruzo.
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