Quanto ao vestuário, tenho fases em que cresço e fico limitada nas opções (não sou eu que engordo porque “eu nunca engordo”).
Salvam-me os sapatos, que esses servem sempre
e, teoricamente, existem em todos os materiais, formas e cores. Digo teoricamente,
porque na minha casa só existem os vertiginosamente altos, os impróprios para
andar em Lisboa (tão feliz que já fui em Paris – cidade em que aprendi que é
possível fazerem-se passeios sem ser em calçada), os apertados, os muito-giros-mas-eu-nunca-irei-ter-oportunidade-de-os-usar
e ténis para usar no ginásio.
Há quem diga que mesmo com muita roupa não tem
nada para vestir… Eu não direi que tenho muitos sapatos (porque não tenho e,
aliás, o que são muitos sapatos?), mas tenho os sapatos suficientes para poder
reclamar por não ter sapatos para andar. Andar no sentido literal da coisa:
andar.
As minhas deslocações são de carro o qual sai
da garagem da minha casa para a garagem do(s) trabalho(s) e, em dias de grande
loucura, levanto-me uma meia dúzia de vezes da secretária para ir à sala de
reuniões, 2 metros à frente do gabinete. Dias de imprevistos (ida ao
hipermercado ao final do dia ou fila de espera nos correios) são dias difíceis Que
eu não desmonto o manequim e aguento heroicamente com um sorriso nos lábios, lá
isso aguento, mas sangro por dentro.
Já me disseram que, com a idade, ganhamos
juízo e deixamos de fazer estas loucuras, mas isso já foi há uns anos e não
vejo melhoras. Com a idade, o máximo que aprendi foi:
Lição n.º 1 - uns sapatos
bonitos serão sempre uns sapatos bonitos e
Lição n.º 2 - umas sabrinas no carro salvam o
dia.
Há quem compre quadros para admirara a sua
beleza, eu asseguro-vos que tenho sapatos que valem só pela sua beleza.
Um desejo: se um dia tiver uma menina, ela
que na idade adulta calce o 37 e terá uma herança à sua espera.Fonte |
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