A generalidade das mulheres que eu conheço, é
prisioneira de listas de afazeres. Eu própria não vivo sem a minha e lá
encontrarão desde a lista de compras do supermercado, à nota para levar o carro
à oficina, o alerta de um prazo que não posso deixar expirar, a marcação do dentista,
enfim, tudo.
Já os homens que conheço não são muito dados
à escrita, nem tão pouco ao conceito de notas pessoais. Por exemplo, eu conheço
um rapaz (mui guapo, diga-se) que partilha as suas observações, as suas notas
pessoais, a sua lista de afazeres com a rapariga da casa. Há quem se limite a
partilhar o coração, este partilha tudo. Exemplos de partilha (e juro-vos que
isto acontece mesmo):
- olha, acabou-se o esparguete (como esta há
dúzias: os meus iogurtes estão a acabar; estas laranjas são muito boas, temos
de comprar mais. Para perceberem o verdadeiro alcance da coisa impõe-se
esclarecer que o tal rapaz, o mui guapo, nunca pôs os pés num supermercado)
- olha, o carro já devia ter ido à inspeção (by the way: não, não te posso emprestar
o meu por isso é melhor arranjares tempo para o levares ao centro)
- não nos podemos esquecer que o X faz anos
amanhã (por X leia-se, um amigo do rapaz mui guapo).
E não julguem que as mulheres gostam de ter
estas listas. Com sinceridade vos digo que adoraria que fosse o senhor lá de
casa (por esta altura já perceberam que é o mui guapo da história) a ser
prisioneiro das listas, mas não posso. É que sabem, preciso de laranjas.
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